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Deflação: como ela impacta o mercado imobiliário?

Nos últimos anos, o mercado imobiliário sofreu com a inflação que cresceu rapidamente após a pandemia de Covid-19. As taxas de juros para financiamento imobiliário, por exemplo, saltaram de cerca de 7% ao ano para mais de 10%. Mas um fenômeno chamado “deflação” — o contrário da inflação —, tem trazido perspectivas muito otimistas para este mercado nos próximos meses. 

Isso porque, só em junho, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou uma deflação de 0,08%. Com esse número, o IPCA acumulado para 12 meses é de 3,16%, enquanto, em maio, era de 3,94%.

Neste artigo, você entenderá o que o IPCA tem a ver com a deflação, como ela é medida e qual o futuro do setor imobiliário brasileiro com a inflação em queda. Vem com a gente!

O que é e a deflação?

O termo deflação é o oposto da inflação. Ou seja, ela representa uma queda contínua e generalizada do preço dos produtos e serviços de uma economia. 

Repare que citamos a palavra “contínua” na frase anterior. E isso quer dizer que, para ser considerado um cenário de deflação, é preciso que os índices de inflação estejam caindo há algum tempo. 

A principal causa para a deflação está no aumento da oferta de produtos e serviços enquanto há a falta de demanda de compra.

Ou seja, isso acontece quando há mais produtos no mercado do que pessoas querendo comprá-lo. 

Por exemplo: houve uma alta na produção de frango, mas o consumidor não tem procurado esse tipo de produto nos açougues e supermercados. Para acelerar as vendas, os produtores e comerciantes reduzem os valores comercializados para que o consumo seja estimulado. 

No mês seguinte, os indicadores de alimentação podem apresentar uma queda nos preços e colaborar para a diminuição da inflação no período. 

Veja, a seguir, como esses números são medidos.

Como a deflação é medida?

Quem mede os índices de inflação é o IBGE, por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O IPCA tem por objetivo medir a inflação a partir de um conjunto de produtos e serviços comercializados pelo varejo.

Para isso, são coletados mensalmente dados sobre o consumo das famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, não importa a fonte dos ganhos. 

Cada categoria pesquisada tem um peso diferente. São considerados 465 subitens divididos nas seguintes categorias:

Sobre a deflação: veja a o divisão de como o IPCA é medido

Divisão dos pesos das categorias para o cálculo do IPCA

Toda a pesquisa foi pensada e arquitetada para garantir uma cobertura que chega a aproximadamente de 90% das famílias brasileiras que residem nas áreas urbanas cobertas pelo SNIPC/IBGE.

E após essa pesquisa mensal, se os dados vierem positivos para o aumento do preço desses produtos e serviços é considerada uma inflação.

Caso contrário, se os dados sobre os preços se revelarem negativos, é considerada uma desinflação. Agora, para ser considerada deflação de fato, é preciso que esses dados sejam negativos por um período razoável de tempo. 

Veja mais sobre o IPCA clicando aqui

Como fica o bolso do brasileiro?

É certo que a diminuição dos preços impacta positivamente a vida dos brasileiros. Afinal, quem não quer pagar mais barato naquilo que consome, não é mesmo?

Mas é possível que nem todos consigam sentir essa diferença num primeiro momento. 

Isso porque a inflação é medida de acordo com diversos produtos e serviços. Ou seja, é possível que alguns poucos itens medidos no IPCA diminuam bruscamente de preço, mas são itens que você não utiliza. 

Vamos usar o mesmo exemplo do frango que citamos anteriormente. Imagine que a oferta e demanda desse tipo de produto fez com que seu preço baixasse, mas você não consome frango ou, pelo menos, não com tanta frequência. Vai ser mais difícil que você sinta diminuição nos seus gastos quando fizer compras no supermercado.

Por outro lado, para pessoas que consomem diariamente esse tipo de produto, a diferença dos preços com certeza será sentida. E uma das vantagens da deflação é justamente essa: a elevação do poder de compra da população.

Impactos da deflação a longo prazo

Preço em queda é bom para o consumidor, mas, para a economia no geral, é bom que uma hora as coisas estabilizem. 

Acontece que a deflação é positiva, sim, quando a queda não dura tanto tempo. Caso contrário, se houver um período muito grande de queda do valor do preço dos produtos e serviços, isso pode ser visto como uma queda no poder de compra da população. 

Com essa redução do poder de compra, os comerciantes passam a cortar parte dos seus lucros para despertar a demanda.

Isso pode ser um sinal para uma economia de baixo crescimento ou até mesmo estagnada, o que faz com que a indústria desacelere sua produção, trazendo impactos negativos inclusive para as taxas de desemprego do país.

O mercado imobiliário no cenário de deflação

Agora que já entendemos o que é a deflação e como ela impacta na economia, chegou a hora de falar sobre como ela pode modificar o atual cenário do mercado imobiliário no Brasil. 

Sendo direta, já que a deflação se trata da queda generalizada dos preços no mercado, com certeza ela pode trazer uma queda no valor dos imóveis e também no preço dos aluguéis. 

Como consequência, quem está vendendo ou alugando essas propriedades, pode receber menos do que o esperado na negociação. 

Outra modificação importante a se considerar é a diminuição da Selic, a nossa taxa básica de juros. Ela é um dos principais instrumentos de política econômica que o BC utiliza para conter a inflação.

Para os economistas, com o cenário de deflação, a taxa, que está em 13,75% ao ano desde agosto de 2022, deve baixar na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil. 

Consequentemente, as taxas de juros de crédito tendem a ficar mais acessíveis, e isso deve movimentar a oferta de obtenção de crédito imobiliário no país. 

Mas é importante ficar atento no caso de uma deflação prolongada, pois, como vimos antes, a continuação da queda dos preços por um longo prazo pode impactar negativamente a economia brasileira. Assim, se o de compra do brasileiro diminui, a inadimplência tende a aumentar.

Comprar e vender imóveis vai valer a pena?

Se você é um comprador ou um vendedor de um imóvel, veja, abaixo, qual a melhor forma de se comportar neste cenário de deflação no Brasil:

Vendedor

Se você deseja vender um imóvel próprio nos próximos meses, o ideal é pensar um pouco melhor se este é o melhor momento para isso. Como os preços dos imóveis tendem a cair daqui em diante, talvez você não consiga cobrar o que realmente quer pela propriedade. 

Se você ainda sim precisar de uma grana extra, alugar o imóvel pode te ajudar nisso. Assim, até que o valor venal do bem esteja no patamar desejado de venda, você ainda consegue uma quantia extra na renda. 

Além disso, você já pensou em fazer um Empréstimo com Garantia de Imóvel? Essa também pode ser uma saída para quem precisa de dinheiro até a venda do imóvel.

Com esse tipo de empréstimo, além de você conseguir uma parte do que ele vale (até 60%) de crédito, você ainda pode utilizar a propriedade para aluguel para ajudar a pagar as parcelas. Aí sim, quando você achar que é vantajoso, é possível vender o imóvel. 

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Comprador

Para quem deseja comprar um imóvel, este momento de deflação pode ser uma boa pedida para realizar este plano. Muitas pessoas reduzem o valor de seus imóveis para vender mais rápido. 

Para financiar também pode ficar mais barato, já que as taxas de juros podem começar a cair daqui uns meses. 

Mas, se o cenário continuar em queda, é possível que as instituições financeiras aumentem um pouco as taxas a fim de evitar a inadimplência. Portanto, fique ligado nas notícias sobre a economia e pesquise bem antes de tomar um crédito.

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Conclusão

Neste artigo vimos o que é o termo deflação, que está super em alta nas notícias de economia pelo Brasil afora.

Descobrimos que a deflação é o oposto da inflação, mas que só é considerada de fato se há queda inflacionária por um tempo mais longo. Caso contrário, é somente uma oscilação.

Além disso, vimos como esse cenário de deflação pode afetar o bolso do consumidor e também como ele impacta o mercado imobiliário brasileiro. 

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Debora de Castro

Debora de Castro

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